Os primeiros visitantes que aqui aportaram suas naus ficaram
maravilhados com a luxuriante beleza da paisagem, com as riquezas prodigamente
ofertadas pela Natureza e com a inocência dos habitantes.
A nudez dos “selvagens”, que assustava, atraía e escarnecia
o falso moralismo do europeu medieval, era como o próprio “novo mundo”, a nova
terra “descoberta”, a um tempo selvagem, rica em ofertas e possibilidades e
isenta dos pecados e malícias de predadores. Diferentemente dos Maias e Incas,
que habitavam outras porções da recém “descoberta” América, nossos índios ainda
viviam de forma mais primitiva, sem o grau de conhecimento e cultura que dos
seus primos andinos ou centro-americanos. Espalhados ao longo da costa, ligados
por laços de consanguinidade ou de linguagem, os habitantes originais destas
terras foram forçados a aceitar os seus “descobridores” e novas relações de
cunho social, trabalhista, familiar e de dominação foram se formando e
continuam a se desenvolver em mais de 500 anos de convivência.
Ao selecionarmos o Índio Brasileiro como tema de uma
exposição, a Casa de Leitura Lya Botelho busca, através de diversos recursos e
artifícios disponíveis, propiciar ao visitante um contato, ainda que majoritariamente
imagético, com brasileiros que aqui estavam há gerações quando as naus dos
navegantes portugueses adentraram as oceânicas águas do “Império das
Palmeiras”. Esses “filhos da terra” devem e merecem ser melhor conhecidos &
reconhecidos pela sua contribuição à nossa cultura, nossos costumes, formação
racial, nossas crenças e nosso estilo de viver, também chamado de “jeitinho
brasileiro”.
A Casa de Leitura Lya Botelho, com a exposição “OS FILHOS DA
TERRA”, pretende oferecer aos professores um material iconográfico bastante
variado que pudesse ser utilizado, a critério dos mesmos, como material
complementar para os alunos melhor refletirem e se expressarem a respeito da
questão do Índio no Brasil. Ao mesmo tempo, ao visitante interessado, esperamos
que o espaço da mostra seja uma experiência de imersão, através de um conteúdo
esteticamente exposto, num assunto que muitas vezes nos parece distante,
estranho e tão somente exótico.
O Índio, como qualquer outro ser humano, é um assunto que
não se pode pretender esgotar em 1 ou 1.000 exposições. O que podemos e devemos
fazer é ir criando e agrupando recortes, verdadeiros mosaicos sobre tão amplo
assunto, para que possamos a cada mostra, seminário, pesquisa, trabalho
acadêmico publicado, visita a reservas, áreas de proteção e museu temático, estudo
da legislação específica e demais ações, aumentarmos nosso conhecimento a fim
de que possamos desenvolver uma reflexão mais aprimorada sobre o tema.
“OS FILHOS DA TERRA” pode ser realizada graças ao apoio
recebido da FOJB-Fundação Ormeo Junqueira Botelho e do patrocínio da ENERGISA,
nossa mantenedora e, orgulhamo-nos em dizer, uma empresa que investe em Cultura
nas suas mais diversas modalidades.
A exposição abre na segunda-feira 6 de abril, e seu horário
de funcionamento é o mesmo da Casa de Leitura Lya Botelho: de segunda a sexta,
das 8:00 às 11:30h e das 13:00 às 17:00h, e aos sábados das 8:00 às 11:30h. A
entrada é franca e a censura é livre.
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