A semana vai terminando, com o feriado prolongado da Páscoa. Tempo de Renascimento. O símbolo da renovação. Da transformação, para melhor, que as ações praticadas provocam. A morte daquilo que não mais tem representatividade, cedendo espaço para que um novo e mais alvissareiro tempo se instale.
No finalzinho da tarde da última segunda-feira, a música saudou os últimos raios de sol. Nos jardins da Casa de Leitura Lya Botelho, quase 40 jovens fizeram, com seus instrumentos musicais, uma homenagem a todos aqueles que, naquela hora, voltavam do seu trabalho, iam para seus cursos noturnos, aproveitavam para passear, levavam para casa as compras para o jantar. Simples assim. Sem alardes, sem formalidades, sem protocolos, mas cheios de vida, de amor à arte, com desejo de compartilhar indistintamente, de falar aos ouvidos e corações de todo leopoldinense.
Idéias e ações como essa são exemplo de renovação, do descortinar de novos tempos, de que a juventude é uma força, uma esperança de dias ainda melhores no porvir. A juventude (e não estou me referindo àquela que é contada em anos) é o exemplo de continuidade, de renovação de antigos e já bastante desgastados padrões, e uma abertura para novos horizontes, onde os seus curiosos e prescrutadores olhos descortinam novas possibilidades e oportunidades.
Desde a sua instalação em 1956, o Conservatório Estadual de Música "Lia Salgado" tem sido ponto de referência e legítimo representante da arte, cultura e, em especial, da música em Leopoldina-MG e região. Revelando inúmeros talentos, despertado o gosto pela arte musical e a sensibilidade de várias pessoas que iniciaram sua formação nesta escola, seguiram seus estudos na área, graduaram-se, licenciaram–se e hoje estão novamente no Lia Salgado, colocando em prática seu aprendizado e ensinando música às novas gerações. Seu nome é em homenagem à Sra. Lia Salgado, cantora lírica, esposa do ex-governador de Minas Gerais, Clóvis Salgado.
Quando a Fundação Ormeo Junqueira Botelho decidiu transformar a residência da família do Dr. Ormeo Junqueira Botelho, tinha esse propósito: que a casa viesse a ser um centro de referência e de aglutinação de todos aqueles que contribuem, com sua produção, para com a Cultura local e regional, bem como todo o cidadão desejoso de consumi-la, absorvendo-a através dos seus sentidos. A ENERGISA, então, como patrocinadora e mantenedora da Casa de Leitura Lia Botelho, possibilita que nossos jovens cidadãos tenham amplo acesso a bons livros, desenvolvendo o prazer pela leitura; que aprimorem seus conhecimentos através do novos recursos midiáticos, como o vídeo e os canais de rede disponibilizados pela internet; que seus professores possam estar em constante atualização profissional para poderem contribuir, cada vez mais, com a formação desses que são o futuro do nosso povo.
Assim, quando recebemos a solicitação de um dos professores do Conservatório Musical Estadual Lia Salgado para a realização de um "ensaio aberto" (não uma apresentação já pronta, preparada, definitiva, mas ainda em processo de ensaio), a Coordenação da Casa de Leitura Lya Botelho ali identificou uma saudável e criativa possibilidade de colaborar para que as atividades e os movimentos culturais da nossa cidade abandonem o ranço elitista para "renascerem" jovens, dinâmicos, integrados à comunidade.
Então, sem qualquer formalidade de convites ou avisos, esses jovens se reuniram, como o fazem todas as segundas-feiras, para praticarem a linguagem que amam: a música. Só que desta vez, ao ar livre, junto à natureza, em meio ao movimento da cidade que começava a se preparar para descansar da lide diária.
Que surpresas agradáveis e importantes como essa aconteçam sempre, muitas vezes, nos mais diversos recantos de Leopoldina, para que nós, o povo, possamos delas desfrutar.
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