Leopoldina, que já foi saudada como a "Atenas da Zona da Mata", tem pelo menos 2 bons motivos para comemorar 2012: a inauguração do Museu Espaço dos Anjos e o lançamento da Revista Eletrônica (Banco de Dados de Leopoldina). Ambos eventos foram de suma importância para a Cultura do município como um testemunho da nescessária conscientização da preservação de tudo o que é significativo para o registro da História.
Inaugurado em outubro, o MUSEU ESPAÇO DOS ANJOS, que ocupa a antiga moradia do artista plástico, que se auto-intitulava "Mordomo de Augusto", Luiz Raphael Domingues Rosa, é um importante marco, como um espaço cultural a mais que a cidade passa a possuir e como um memorial à figura do ilustre poeta paraibano que aqui viveu seus últimos dias. Importante, também, é o fato de que, ao preservar-se a antiga residência da R. Barão de Cotegipe, tombando-a como monumento histórico, restaurando e adequando-a, o poder público (leia-se Secretaria de Cultura, Esportes, Lazer e Turismo em conjunto com a Promotoria de Proteção ao Patrimônio), atendendo a uma das solicitações da sociedade civil organizada (leia-se OSCIP FELIZCIDADE), dá uma demonstração de correta administração e reconhecimento do valor do nosso patrimônio cultural, material ou imaterial. Numa feliz coincidência, a concretização desse antigo desejo da população deu-se no ano do centenário de Augusto dos Anjos.
A mesma OSCIP FELIZCIDADE, desta vez com o apoio da Fundação CEFETMINAS e realização do CEFET-MF Leopoldina, deu forma a um trabalho de pesquisa que durou mais de 6 anos, distribuindo às escolas, bibliotecas e pontos de cultura de Leopoldina o CD contendo uma Revista Eletrônica. Pesquisa minuciosa e elaborado trabalho de formatação coordenado pela professora Renata Lima e Arantes, essa revista feita aos moldes das atuais tecnologias digitais, reune mais de 900 artigos, entre vídeos, documentos, músicas e fotografias. Uma verdadeira mini-biblioteca que irá interessar a todo estudante, pesquisador e cidadão consciente da importância do conhecimento e da preservação de artefatos que registrem a história de Leopoldina.
Uma sociedade só sobrevive e evolui quando é consciente das suas raízes, cultiva suas tradições e tem conhecimento e respeito pela sua história. A ganância econômica traduzida pelo rápido desaparecimento ou transformação da paisagem urbana, que, em nome da modernidade vai substituindo a história por arranha-céus ou outros monstrengos pseudo-contemporâneos, deveria ser controlada por meios legais, estabelecidos e votados pela população. Evitar-se-ia assim que nas cidades, os chamados "centros históricos", fossem descaracterizando-se ao permitir construções que não respeitam o gabarito natural daqueles espaços, além de eliminar, à força de picaretas, construções centenárias. com sua aparência, aspectos construtivos, materiais utilizados, ornamentos e proporções típicas da época e das pessoas que as erigiram.
R. Barão de Cotegipe, ontem e hoje / Leopoldina-MG |
Exemplos como os 2 acima citados trouxeram à população leopoldinense mais uma oportunidade de pensarem a sua cidade. São exemplos de involvimento e abnegação, de esforço e doação, de sabedoria e método. Merecem ser destacados (sem desmerecer tantos outros feitos em favor do patrimônio e memória local) e imitados, reproduzidos, ter continuidade, pois são a comprovação de que o novo, o moderno, a tecnologia estão a serviço da História, ou seja, da valorização da comunidade como um todo e de cada cidadão.
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