O silêncio da noite é quebrado pela água que escorre do bar Lamarca que, na madrugada, é lavado. Cruzando a Barão de Cotegipe, um cão sem dono, desses que palmilham a cidade toda em busca de comida e, quem sabe?, algum afeto.
No céu de intenso azul, a lua paira majestosa, observando a cidade que dorme. Nenhum outro movimento, nem mesmo no pátio ou no prédio da estação ferroviária, cujos trilhos cortam a cidade silenciosa.
Leopoldina, feita de luar e de silêncio na tela pintada por Luiz Raphael Domingues Rosa, é de uma gritante beleza e nos convida a andar pelo calçamento de pedras das suas ruas e a viajar nos trilhos da estrada de ferro somente para poder voltar.
Há que se olhar com reverência para essa cidade que, adormecida, banha-se à luz de tão intenso luar. Sua beleza, que se revela timidamente, na ondulante paisagem que a cerca, em suas ruas estreitas, no verde de suas praças, em suas casas debruçadas sobre as calçadas, no burburinho do dia a dia, no silêncio das suas noites.
Quem mais, a não ser Luiz Raphael Domingues Rosa, seu amantíssimo filho, poderia traduzi-la tão maternal, tão acolhedora, tão vigilante, tão presente enquanto seus muitos filhos dormem?
Quadro: "Terça" (1994) / Acervo: Dr. Ormeo Lopes Faria Filho
A exposição LEOPOLDINA E LUIZ RAPHAEL: UM CASO DE AMOR permanece aberta na Casa De Leitura Lya Botelho, em Leopoldina, até 20 de dezembro graças ao patrocínio da ENERGISA e ao Apoio da FOJB-Fundação Cultural Ormeo Junqueira Botelho, da Prefeitura Municipal de Leopoldina e das Secretarias de Educação e de Cultura, Esportes, Lazer e Turismo do município.
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