domingo, 30 de novembro de 2014

Almanack do Arrebol: um almanaque cultural leopoldinense


Conheci o Almanack do Arrebol em 2013, durante a realização da exposição "Do Feijão Cru ao Girassol Maravilhoso: tempo e memória leopoldinense", por intermédio de Luciano Baía Meneghite, sobrinho do seu criador.

Percebi, desde o primeiro momento, estar à frente de um produto cultural da maior qualidade e que, surpreendentemente, era inteiramente pensado e realizado em Leopoldina, por gente desta cidade. Digo que fiquei surpreso pois não é comum ainda hoje em cidades do interior do Brasil, com um número de habitantes que se conta às dezenas dos milhares, surgir esse tipo de veículo impresso e com o nível de qualidade de material informativo que o Almanack do Arrebol divulgava, ainda na década de 80 do século XX.

Recebi, então, a visita do leopoldinense Elias Abrahim Neto, seu idealizador, editor, diagramador, colaborador e distribuidor. Trazia consigo todos os 9 volumes editados, num período que se estendeu por 3 anos. Pude então observar, após a leitura dos mesmos, que apesar de terem se passado aproximadamente 34 anos desde que o seu número Zero circulou, nada em seu conteúdo havia perdido o significado ou importância e que continuava a ser perfeitamente atual em sua proposta e artigos publicados.

Vi, naquelas 9 pequenas revistas, um verdadeiro arquivo fotográfico e documental de enorme importância para todo aquele que pesquisa e se interessa pela história de Leopoldina e sua gente. O conteúdo, que basicamente trata do patrimônio da cidade, em nada perdeu a atualidade dos seus temas. Memorialistas, escritores, artistas, fotógrafos, todos locais, produziram matérias que ainda hoje, passadas mais de 3 décadas, ressaltam a importância da educação patrimonial, da conservação e valorização da cultura local, dos seus prédios e monumento, dos seu recursos naturais e do conhecimento da história local.

Ocupando o cargo de Coordenador da Casa de Leitura Lya Botelho, e sempre na pesquisa de temas que possam ser transformados em exposições abertas ao público em geral, não demorei em fazer o convite ao Elias Abrahim Neto para uma mostra do seu acervo fotográfico referente à década de 1980, enriquecendo e complementando uma mostra sobre o Almanack do Arrebol.
Convite feito e aceito, a exposição REMEMORIA 80: LEOPOLDINA NOS ANOS 1980 DO SÉCULO XX, abriu suas portas para o publico no dia 4 de novembro e deve continuar até o dia 20 de dezembro.

Como o público alvo da Casa de Leitura Lya Botelho é o dos estudantes, posso afirmar que as escolas públicas e particulares da cidade trouxeram, somente no primeiro mês de funcionamento da exposição, mais de 2.500 dos seus alunos. Isso é um verdadeiro termômetro do quanto tudo o que se refere à educação patrimonial encontra ressonância na escola. Graças ao apoio incondicional da Secretaria de Educação de Leopoldina, professores, alunos e, naturalmente, o público em geral visitam diariamente a exposição e dela saem ainda mais conscientes dos seus deveres, como cidadãos, na identificação, catalogação, preservação e divulgação do patrimônio cultural, material e imaterial, de Leopoldina.

Alexandre Moreira
Coordenador da Casa de Leitura Lya Botelho


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