quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Casa de leitura Lya Botelho: 4 anos a serviço da Cultura leopoldinense

     A Casa de Leitura Lya Botelho completa hoje, dia 7 de agosto, 4 anos de existência e aproveita para renovar, nesta ocasião,  seu compromisso com Leopoldina-MG com a ativa participação nos segmentos da Cultura e Educação da cidade.
     Nascida para abrigar uma biblioteca infanto-juvenil, esse nicho de atuação ampliou-se, através dos anos, em uma pluralidade de atividades, fixas, recorrentes ou ocasionais, visando privilegiar, em primeiro lugar, nosso público: a população local e regional que nossas ações atingem, facilitando-lhes o mais amplo acesso à Cultura, à Educação e ao lazer criativo.
      Com um "cardápio" sempre crescente de eventos acontecendo em nossos espaços, orgulhamo-nos em listar algumas delas, tais como as Sessões das Quintas (para jovens e adultos), a Sessão Cineminha (para crianças) e o Grupo de Cinéfilos, que visam incentivar a leitura através das imagens, o seu relacionamento com o som e o movimento, o aprendizado e o reconhecimento de signos e símbolos, bem como permitir ampliar um conhecimento maior de culturas e saberes exibidos nas obras cinematográficas exibidas.
     Contação de histórias e apresentações de peças infantis também são projetos mais recentes e que, pelos resultados obtidos, irão se solidificar, tornando-se parte do nosso repertório de eventos continuados.
     As exposições temporárias, normalmente temáticas, por sua vez, trazem o foco para a leitura, o escritor e sua obra e seu estilo, buscando incentivar a produção literária, principalmente, entre os alunos das redes públicas municipal e estadual, assim como da particular. Concursos literários e exposições de elementos gráficos constituintes da produção de livros são realizados. Este foi o caso de projetos como "O Azul da Poesia", "Angola", "O Meu Pé de Laranja Lima: Escrita & Movimento" e "Fotografia de Cena", sobre obras de Luiz Lopez, Gita Cerveira, José Mauro de Vasconcelos e Camila Botelho Rocha, respectivamente
O constante acréscimo de obras à nossa biblioteca infanto-juvenil continua sendo uma das prioridades da Fundação Ormeo Junqueira Botelho e da nossa mantenedora, a ENERGISA. Durante estes 4 anos de atividades fomos, sistematicamente, adquirindo substancial número de novos títulos, e acrescentando novos exemplares à nossa Gibiteca. Paralelamente estamos iniciando, para o público adulto, uma biblioteca com livros de gêneros diversos e um revistário, onde jornais e publicações semanais e mensais podem ser consultadas.
     Os poetas, escritores, cronistas, ensaístas e produtores de textos acadêmicos também encontram apoio na Casa de Leitura Lya Botelho, que lhes ceder seus espaços para os lançamentos de suas obras e noites de autógrafos.
     Um projeto de reconhecimento à importante contribuição da população afrodescendente à nossa cidade materializou-se com a organização da "Estante Mestre Vitalino Duarte", que abriga uma expressiva coleção de livros infanto-juvenis escritos por autores negros brasileiros, africanos e originários de outros países e continentes. Além disso, esse projeto resultou na divulgação da cultura afro, através de aulas gratuitas de capoeira durante as férias escolares e a realização, na Casa de Leitura, do IV Fórum das Culturas Populares da Zona da Mata, bem como um festival de filmes africanos cuja curadoria foi em colaboração com a Embaixada da França no Brasil e uma palestra sobre o "Racismo nas Histórias em Quadrinhos". Uma justa homenagem a dois artistas negros, Vitalino Duarte e Geraldo Pereira, recentemente produzida pela Associação Afro Mestre Vitalino Duarte, de Leopoldina-MG, e Academia do Samba de Juiz de Fora-MG, foi, também, realizada na Casa de Leitura Lya Botelho.
     Além disso, músicos e cantores também encontram em nossos espaços local para suas apresentações. Procurando sempre apresentar e divulgar artistas locais que se destacam por terem estilos próprios e bem definidos, além de um repertório de inegável qualidade, acreditamos estar, assim procedendo, colaborando também com a formação de uma platéia consumidora de arte, cada vez mais informada e exigente.
Neste segundo semestre do ano estaremos incorporando às opções que oferecemos, o projeto lítero-musical Saraus na Varanda, ocasiões em que músicos de diversas formações e estilo, além dos poetas, poderão mostrar seu trabalho, de forma bastante descontraída e participativa com o público. Ricos somos e fomos, de talentos. Basta-nos reconhecê-los, promovê-los, apoiar e consumir seu trabalho.


     Além do clima festivo pela  que me leva a escrever este texto, que é o aniversário da Casa de Leitura Lya Botelho, o momento que vivemos em nossa cidade, quando as pessoas se voltam a reivindicar dos órgãos públicos espaços adequados para a Biblioteca Municipal e Centro Cultural, a organizada ocupação dos espaços públicos comunitários para a apresentação de bandas musicais, a redação final e aprovação de uma lei municipal de fomento à Cultura através da viabilização de projetos contemplados, a transformação do CEFET-Leopoldina numa universidade, tudo isso nos entusiasma e nos faz acreditar num "renascimento" de leopoldina como um polo cultural dentro da Zona da Mata mineira. A Secretaria Municipal de Cultura, sobrepondo-se às adversidades econômicas, vem estabelecendo um diálogo muito próximo, franco e cooperativo com as lideranças culturais (artistas, artesãos, grupos, ativistas, agentes, promotores, associações, etc) e desenvolvendo projetos visando a facilitação da mais ampla acessibilidade á Cultura.
     Ainda no mês de agosto (sábado, dia 10, às 13:00h, na Casa de Leitura Lya Botelho) Leopoldina estará realizando sua 3ª Conferência Municipal de Cultura, evento esse de grande importância para diagnosticar, selecionar e levar nossas observações e anseios nessa área até o nível Federal, contribuindo assim para uma unificação (não homogenização) do movimento cultural no país. Sob os auspícios da Prefeitura Municipal e da Secretaria de Cultura, Esportes, Lazer e Turismo de Leopoldina, essa Conferência é uma prova real do desejo em reforçar o diálogo e a interação entre a sociedade civil e o poder poder público, entre o setor privado e o governamental.
Festivais como o de Viola e Gastronomia de Piacatúba e o de Conversa de Botequim e Doces de Tebas, o Motorock, a Feira da Paz, a Exposição Agropecuária e Industrial, a Feira da Paz, o belo Natal de Luzes da APIL, o Festival de Arte e Cultura do CEFET-Leopoldina, o Open de Parapente da Zona da Mata, a Cavalgada  durante a Festa da Cruz Queimada e a Festa das Charretes, ambas em Piacatúba, o Prosa de Garagem que congrega os colecionadores de carros antigos, a Feira de Artesanato, aos sábados, na Praça Félix Martins, os grupos como o Assum Preto, os de Folia de Reis e os de Tradição Mineira, que mantém vivos os cantos, danças, linguagem e costumes da nossa terra e do nosso povo, a presença de uma Academia Leopoldinense de Letras e Artes-ALLA, as concorridas reuniões da OSCIP Felizcidade, o Museu Espaço dos Anjos, memorial vivo ao poeta Augusto dos Anjos e concorrido local de eventos, a presença de um muito ativo Conservatório Estadual Musical Lia Salgado e seu grandioso Concerto de Natal, as constantes apresentações da Banda Musical Princesa Leopoldina em praças públicas, eventos e instituições, grupos de diversos estilos musicais, tudo isso corrobora para que tenhamos muito orgulho de quem somos, do que realizamos, das nossas origens e do quanto somos representativos para a nossa região, estado e país.
     Por isso tudo, e muito mais, Leopoldina, que já foi chamada de a "Atenas da Zona da Mata", sem esquecer uma importante formação clássica entranhada em suas origens, é hoje uma jovem contemporânea, aberta ao futuro, à evolução, conectada ao que se faz e pensa, hoje, em todo o mundo. E isso é ótimo, visto a Informação fazer parte do Conhecimento, e este, representar um poder maior que os demais, pois nos confere a Liberdade através de reflexões e escolhas fundamentadas.
     Assim, reafirmamos nossa crença em que os cidadão leopoldinenses merecem oportunidades para aprenderem, desenvolverem e praticarem seus talentos, tendo suas qualidades enaltecidas, sua auto-estima reforçada, além do acesso mais amplo e irrestrito às formas do conhecimento, com liberdade e oportunidades de expressarem seus saberes e talentos.
Por tudo isso, e por muito mais que o futuro certamente trará, a Casa de Leitura Lya Botelho, entidade privada sem fins lucrativos, construída para ser o lar da família de uma dos mais importantes personagens formadores desta região, o engenheiro Dr. Ormeo Junqueira Botelho, abre-se cada vez mais à sociedade, disponibilizando o material para que seus indivíduos construam suas vidas com maior e melhor qualidade: a acessibilidade à informação, educação, cultura e preservação da memória.
Orgulhamo-nos de estar podendo, ao longo destes 4 anos,  com o apoio da Fundação Ormeo Junqueira Botelho e o patrocínio da ENERGISA, participar do desenvolvimento de Leopoldina.