terça-feira, 17 de julho de 2012

Estante Vitalino Duarte: lendas e contos africanos em livros de arte


     Quando a Coordenação da Casa de Leitura Lya Botelho optou por iniciar o PROJETO MEMÓRIA E PATRIMÔNIO: LEOPOLDINA-MG escolhendo como tema para o Módulo 1 a presença e participação do Negro na formação sócio, política, econômica e cultural da cidade, considerou-se diversas estratégias para a obtenção dos resultados pretendidos. Uma delas e, talvez, a mais importante, seria o estímulo à leitura através de contos, histórias, fábulas e lendas trazidas pelos escravos africanos e reproduzidas por importantes escritores.

      Como a Casa de Leitura Lya Botelho dedica grande parte das suas ações à todas atividades que resultem na formação de novos leitores, a cuidadosa seleção de livros ricamente ilustrados, sua aquisição e diposição numa estante própria, em local de destaque, foi considerada e realizada. Hoje, no andar térreo da Casa de Leitura Lya Botelho, temos uma bela sala, decorada temáticamente, onde quase 100 livros escritos por autores do porte de Eduardo Galeano, Ondjaki, Reginaldo Prandi, Sylvane Diouf, Zetho Cunha Gonçalves e Meshack Asare contibuem com seu talento, cultura e imaginação para essa coleção que combina títulos como "A vassoura do ar encantado", "O papagaio que não gostava de mentiras", "A bicicleta que tinha bigodes", "Contos do mar sem fim", Os príncipes do destino", "Quando a escrava Esperança Garcia escreveu uma carta", e muitos mais.

     A rica, colorida e interessante literatura infanto-juvenil produzida por autores africanos, afrodescendentes e outros mais que dedicaram à transposição da tradicional cultura oral africana para os livros, hoje permite que essas arcanas histórias atravessem continentes e encantem pessoas de todas as raças, credos e culturas.

      Fica, então, o convite a todas as escolas do município, às crianças e jovens leopoldinenses para visitarem a Estante Vitalino Duarte, nome dado em homenagem a uma das mais importantes figuras da cultura popular desta cidade e deliciarem-se com a leitura dos seus livros.


Mestre Vitalino Duarte

     Uma vez mais, através do patrocínio da ENERGISA, empresa que acredita que o saber é uma luz-guia na vida de cada indivíduo, e o fundamental apoio da Fundação Ormeo Junqueira Botelho tornam possível o acesso do conhecimento a um número maior de cidadãos brasileiros.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Capoeira: Cultura Afrobrasileira na Casa de Leitura Lya Botelho


     Começou ontem, dia 3 de julho, na Casa de Leitura Lya Botelho, as aulas de Capoeira ministradas pelos Graduados Dim e Carlos Henrique, da Abadá-Capoeira-Núcleo Leopoldina.

     As aulas, que são gratuitas, visam motivar as crianças, de ambos os sexos, entre 8 e 12 anos, a conhecerem essa mistura de música, dança, jogo e defesa pessoal, herança africana solidamente fincada em nossas terras.

    
    A capoeira é, em verdade, uma expressão cultural brasileira que mistura arte-marcial, esporte, cultura popular e música, sendo praticada em praticamente todo o território nacional.

     Desenvolvida no Brasil principalmente por descendentes de escravos africanos com alguma influência indígena, é caracterizada por golpes e movimentos ágeis e complexos, utilizando primariamente chutes e rasteiras, além de cabeçadas, joelhadas, cotoveladas, acrobacias em solo ou aéreas.

     Uma característica que distingue a capoeira da maioria das outras artes marciais é a sua musicalidade. Praticantes desta arte marcial brasileira aprendem não apenas a lutar e a jogar, mas também a tocar os instrumentos típicos e a cantar. Um capoeirista experiente que ignora a musicalidade é considerado incompleto.



     A palavra capoeira é originária do tupi-guarani, que significa "o que foi mata", através da junção dos termos ka'a ("mata") e pûer ("que foi"). Refere-se às áreas de mata rasteira do interior do Brasil onde era praticada agricultura indígena. Acredita-se que a capoeira tenha obtido o nome a partir destas áreas que cercavam as grandes propriedades rurais de base escravocrata. Capoeiristas fugitivos da escravidão e desconhecedores do ambiente ao seu redor, frequentemente usavam a vegetação rasteira para se esconderem da perseguição dos capitães-do-mato.


     As aulas de Capoeira para ciranças de 8 a 12 anos, continuarão acontecendo na Casa de Leitura Lya Botelho durante todo o mes de Julho, sempre às terças e quintas-feiras, das 15:00 às 16:00h. Essa atividade faz parte do Módulo 1 "A contribuiçãodo Negro na vida social, política, econômica e cultural de Leopoldina", que integra o PROJETO MEMÓRIA E PATRIMÔNIO: LEOPOLDINA-MG, desenvolvido pela Casa de Leitura Lya Botelho.

     As aulas são inteiramente grátis e não se exige conhecimento prévio, nãohavendo, também, necessidade de comprar o uniforme (abadá).