sábado, 24 de março de 2012

Faz-se caminho ao andar: In Visu

Caminhante, são teus rastos
o caminho, e nada mais;
caminhante, não há caminho,
faz-se caminho ao andar.
Ao andar faz-se o caminho,
e ao olhar-se para trás
vê-se a senda que jamais
se há-de voltar a pisar.
Caminhante, não há caminho,
somente sulcos no mar.


(Antonio Machado, poeta sevilhano)


     Uma revista que fala de viagens. Uma nova publicação com fotos de alta qualidade artística. Um trabalho de pesquisa de usos, costumes e história. Uma re-descoberta da identidade e caráter de um povo. Um percorrer de fronteiras onde as linhas muitas vezes não estão demarcadas no chão mas na alma de seus habitantes. Novas entradas, bandeiras e monções num territorio a ser explorado em um sem-número de aspectos. Isto tudo, e mais, é a proposta da In Visu.


     Henrique Frade, Mariana Andrade, Eduardo Yep e Desirée do Valle, se lançam nessa aventura com o mesmo espírito desbravador dos artistas das diversas missões estrangeiras que aqui aportaram, ao longo dos séculos, para registrar em prosa e imagens, nossa terra, seus habitantes, usos e costumes.

     Talento é o que não lhes falta, nem caminhos a serem explorados com o olhar de curiosidade e deslumbramento de quem reconhece, a cada passo percorrido, o tamanho de suas próprias raízes. E sulcando os mares de minérios, matas, rios e sertões, desenham itinerários para servirem de bússola a outros novos exploradores.

    
Henrique Manuel Neves Frade da Cruz nasceu em Lisboa, Portugal. Veio para o Brasil em 1962. Em 1969, ainda muito jovem iniciou suas atividades no teatro e na fotografia.
No final da década de oitenta, assumiu a direção artística do Sistema MULTISOM de Rádio, criando nova grade de programação para as rádios da empresa localizadas no interior de Minas Gerais.
De volta ao Brasil em 1995, montou e criou toda a grade de programação de um canal de televisão da Prefeitura Municipal de Cataguases, a TV Cultura, da qual também era o diretor; Em 1997, inicia um trabalho como gestor público de cultura, assumindo o cargo de Diretor de Cultura da Prefeitura Municipal de Cataguases do governo 1997/2000, tendo a oportunidade de produzir e realizar as comemorações do centenário do cineasta Humberto Mauro, com exposições e grande mostra de cinema, em parceria com a Secretaria do Audiovisual e a Funarte. Ainda como Diretor de Cultura inaugurou o Centro Cultural Eva Nil, realizando em seguida uma grande exposição de arqueologia  no local, em parceria com o Museu Nacional de Arqueologia.
Hoje trabalha como produtor cultural em parceria com a Fundação Cultural Ormeo Junqueira Botelho.



 Bacharel em Jornalismo pela Universidade Federal de Minas Gerais, Mariana Andrade é formada no curso técnico de cinema da Escola Livre de Cinema e no curso profissionalizante de teatro da Companhia de Teatro Escola de Arte, dirigida pelo Dramaturgo Luiz Paixão.
Atualmente realiza fotos, vídeos e textos para a Revista IN VISU e atua nas áreas do cinema e da produção cultural. É diretora do projeto “Ressonantes”, que produziu uma série de pílulas audiovisuais destinadas à interprogramação televisiva.
Realizou a coordenação de produção da 5ª edição do Festival Cineport (Festival de Cinema de Países de Língua Portuguesa), que aconteceu na cidade de João Pessoa em setembro de 2011. Dirigiu nacionalmente os documentários do 5° Vivo Arte.Mov (Festival de arte em mídias móveis), realizado nas cidades de Belém, Salvador, Porto Alegre, São Paulo e Belo Horizonte. Dirigiu o vídeo “Epinefável”, exibido e patrocinado pelo programa “Ponto Brasil”, da TV Brasil.
Foi premiada pela produção do média-metragem “A Cartomante”, feito durante o 1° Festival Ver e Fazer Filmes de Cataguases, em 2008.



Desirée do Valle é fotógrafa gaúcha radicada no Rio de Janeiro desde 1997, formada em cinema pela Universidade Gama Filho em 2002. Atualmente fotografa para a revista InVisu.
Assinou o still de 2 longas-metragens como: “Proibido Proibir,” de Jorge Duran e “Remissão”, além de uma série de curtas-metragens. Desirée assina a direção de 2 documentários e 3 curtas-metragens, selecionados para vários festivais de cinema nacionais e  internacionais. Fez fotos de divulgação para diversos espetáculos teatrais no Rio de Janeiro. Estagiou em 2002 em uma das mais renomadas agências de publicidade do Brasil a Conspiração Filmes, onde participou de campanhas de marcas como: Pepsi Twist, Renner e Gatorade. Fotografou a campanha ecológica “Adidas Grun.” E Foi a fotógrafa exclusiva do 5º Cineport – Festival de Cinema de paises da língua portuguesa.
Já teve suas fotos publicadas nos mais renomados jornais e revistas do país como: O Globo, Jornal do Brasil, Folha de São Paulo, Zero Hora, Revista Contigo, Diário Catarinense e outros.



 Bacharel em Design Gráfico pela Universidade Vale do Rio Doce com especialização em Cinema, Tv e Mídias Digitais pela Universidade Federal de Juiz de Fora.
Atualmente trabalha como diretor de fotografia freelance para agências de publicidade. Dirigiu o documentário “Cine-Mauro” selecionado para fazer parte da programação do canal SESCTV. Foi premiado com o documentário “A Espera no Quintal” como melhor documentário pelo júri técnico do 2° Festival Ver e Fazer Filmes de Cataguases, em 2010.
Ministrou oficinas de Fotografia e Cinematografia HDSLR, trabalhou em Cataguases-MG como produtor local no longa “Sobre a Neblina” da diretora Paula Gaitan. Realizou a direção de fotografia do curta-metragem “Expresso Universitário”. Trabalhou durante 2 anos em Governador Valadares-MG paralelamente como parte da equipe de pós-produção e identidade visual da Tv Univale e Motion Designer na produtora Moscavideo.
Atualmente se aventura produzindo conteúdo para web como o vlog “Hug the Devil” e vídeos de esportes radicais como skate longboard, voo livre e canoagem.




Vídeos, fotos e textos biográficos extraídos do site www.invisu.com.br



quarta-feira, 21 de março de 2012

Casa de Leitura Lya Botelho integra a rede do Festival do Minuto


O que é o Festival do Minuto?

     O Festival do Minuto é um evento que foi criado no Brasil em 1991. É hoje o maior festival de vídeos da América Latina, tendo inspirado festivais do minuto em diversos outros países. Desde 2007, o Festival tornou-se permanente, recebendo filmes online e premiando os melhores trabalhos. Em 2011, foram R$55.000,00 em prêmios. Todos os vídeos recebidos são avaliados por uma equipe de curadores e só depois publicados no site. O Festival do Minuto também realiza exibições offline em mais de 200 cidades do Brasil e no exterior, exposições em museus, mostras itinerantes, festivais em escolas e universidades, oficinas, entre outras atividades.

     A Casa de Litura Lya Botelho, que pertence à Fundação Ormeo Junqueiro Botelhoe é patrocinada pela ENERGISA, é uma das instituições selecionadas para a exibição da Mostra Melhores Minutos de 2011, do Festival do Minuto. Quarenta e um vídeos, feitos em diferentes bitolas, mas sempre com 60 segundos de duração no máximo, foram os premiados no Festival de 2011 e estarão sendo mostrados na Casa de Leitura Lya Botelho nos dias 21 e 22 de março às 19:30h e no dia 23 de março às 7:30 e 9:30h.
     Assim sendo, a Casa de Leitura Lya Botelho integra a rede de exibição digital desse Festival que completa seu 12º aniversário, colaborando com que um maior número de espectadores possam se inteirar das novas tecnologias e linguagens do fazer artístico.

quarta-feira, 14 de março de 2012

Dia Nacional da Poesia: leituras e escrita poética na Casa de Leitura Lya Botelho

   
      Merecida homenagem fizeram ao baiano Castro Alves, o "Poeta dos Escravos" como ficou conhecido, ao celebrarem o Dia Nacional da Poesia no mesmo de seu natalício.

     A Casa de Leitura Lya Botelho recebe hoje  aproximadamente 150 alunos das escolas das redes públicas e particulares de Leopoldina e seus distritos para comemorarem essa data, dentro do Projeto de Incentivo à Leitura e Escrita Poética. Esses jovens estarão se utilizando do livro "O Azul da Poesia", de Luiz Lopez, para lerem e estudarem a estrutura dos seus poemas.

     São poemas de diversas tendências estilísticas, que o autor criou para proporcionar ao jovem leitor um "mapa" de como a poesia pode assumir formas e particularidades próprias. Os alunos das escolas participantes desse Projeto, que tem o patrocínio da ENERGISA e o apoio da Fundação Ormeo Junqueira Botelho, têm, então, a oportunidade de imergirem numa verdadeira experiência literária, onde o garimpo pela melhor simbologia e sonoridade de cada palavra provocam e despertam o encantamento pela leitura desse gênero literário.

     Os alunos das escolas participantes serão, posteriormente, convidados a escreverem seus próprios poemas e a participarem no final do mes de abril de uma grande exposição dos mesmos, na Casa de Leitura Lya Botelho, denominada "Varal de Poemas". Enquanto isso... muita leitura e atividades de escrita.

terça-feira, 13 de março de 2012

Lisa Nelson e a Improvisação: quando o corpo fala a sua linguagem instintiva

     A voz é suave, mas firme. Os olhos escuros brilham, incansavelmente prescrutadores. Os gestos delicados, fluidos, como os de um maestro em camera lenta. O corpo, esguio e pequeno, irradia uma controlada energia. Lisa Nelson caminha em passos curtos pelo palco do Teatro do Centro Cultural Humberto Mauro, de Cataguases, juntando palavras aos movimentos das mãos. Seu olhar, maternal e atento, se fixa em cada um dos componentes da Cia. Ormeo, o privilegiado grupo dirigido por Daniela Guimarães e patrocinado pela ENERGISA.

     Improvisação. Esse é o trabalho dessa artista novaiorquina, nascida no Bronx e que escolheu a paisagem pastoral de Vermont para morar. Morar talvez seja uma palavra um tanto forte para essa pequena mulher para quem o mundo é um pedaço de sua casa. Lisa Nelson transita com a mesma sábia simplicidade na China, na Argentina, França ou Brasil. Apaixonada por frutas, elegeu nossas variedades de manga como suas prediletas. Amigos os tem em quantidade, pois quem há de resistir à sua simpatia, delicadeza e diplomacia?

     Daniela Guimarães esperou anos para poder conciliar a sua agenda com a da mestra norte-americana e encontrarem o momento certo para trazê-la a Cataguases-MG. Não é a primeira vez que Miss Nelson vem ao Brasil, onde cultiva diversos amigos e admiradores da sua arte. Entretanto, desta vez, o famoso grupo de Cataguases, oriundo do Projeto Café com Pão, Arte ConFusão, beneficia-se da atenção exclusiva dessa que é uma referência no meio artístico internacional.

     Tive o prazer de acompanhar como observador, por dois dias, o workshop que Lisa Nelson está ministrando e, confesso, é impressionante a energia que ela irradia e a maneira com que proporciona aos bailarinos se aperceberem de seus corpos, descobrindo seus recursos e potencialidades. Sem imposições, ordens, comandos; sem formas pré-estabelecidas ou preconceitos; sem regras definitivas ou normas instransponíveis, Miss Nelson permite, através de exercícios que muito se assemelham a simples e despreocupados jogos infantis, que seus "alunos" redescubram o próprio corpo e sua relação com o espaço e o outro.

     Os olhos são um dos pontos fortes do trabalho desenvolvido pela bailarina e professora. O olhar, a percepção, o ver e o enxergar, o assistir e o não-ver, tudo é parte integrante de seu método de trabalho. Levar o bailarino a perceber seu corpo e seu campo de visão e o que nele existe e fazê-lo refletir em como o outro, e a audiência, o veem, talvez seja a pedra fundamental onde ela constuiu o escopo de seu trabalho.

     Na improvisação é onde Lisa Nelson acredita que os instintos animais de sobrevivência, que todos possuimos, se manifestam. É no comportamento instintivo, sem o filtro das grandes elocubrações, que a linguagem pura do movimento pode ser encontrada e onde as interrelações dos participantes acontecem.

     Oito horas diárias de reaprendizados, seja o do olhar, seja o do mover-se, buscam permitir aos elementos dessa companhia mineira o encontro de uma nova espontaneidade. Há um frescor advindo do rompimento de cadeias de padrões repetidos até inconscientementes, da maior percepção dos sentidos nos personagens que compartilham o palco do Teatro, entretidos no "jogo" de descobertas proposto pela mestra.

     Lisa Nelson é, em si mesma, a melhor tradução do que faz: honesta, sincera, objetiva, atenta a todas as manifestações de seu corpo físico e aos desejos de sua alma. Lisa Nelson flui, pequenina, no grande palco. Os jovens bailarinos reagem à sua voz e gestos. Movimentos e olhares surgem, navegando e ocupando os espaços do palco e do teatro.

     A dança, em sua essência, acontece.

A poesia de Luiz Lopez em noite de autógrafos na Casa de Leitura Lya Botelho

 
      Poesia é, antes de mais nada, um estado da alma. É quando as palavras assumem totalmente sua forma, som e sentido, combinando-se para expressar mais do que aquilo que sua grafia registra. Essa parece ser, também, a maneira com que Luiz Lopez vivencia o ato da criação poética.

     Reconhecido como artista plástico, tendo realizado dezenas de exposições em sua carreira, Luiz Lopez não deixa de ser, também, o professor. O magistério tem, para ele, um significado especilíssimo, de quem acredita que o mestre é o responsável por grande parte daquilo em que nos tornamos.

     Foi essa notória combinação do pedagogo com o artista, que resultou no "O Azul da Poesia", um livro no qual o autor-artista demonstra domínio sobre a técnica e, sobretudo, na identificação dos sentimentos.

     Luiz Lopez reuniu uma série de poemas que atravessam diversas possibilidades da escrita desse estilo literário. Ora explorando rimas, noutras vezes deixando-se guiar pela métrica, e ainda em outras, pela forma, pela possibilidade de tornar concreto o som e o significado da palavra, Luiz Lopez transita com muita facilidade por esse segmento literário.

     A Casa de Leitura Lya Maria Müller Botelho resolveu propor às escolas da rede pública e privada de Leopoldina-MG uma imersão dos seus alunos das 3ª às 7ª séries no âmbito da poesia e convidou o autor, Luiz Lopez, para conversar com os professores e, juntos, encontrarem novos usos e abordagens para o livro dentro da sala de aula. O comparecimento foi maciço, graças ao generoso apoio da Superintendente Regional do Ensino, da Secretária de Cultura do Município e de todos os Diretores, Supervisores e Professores de Língua Portuguesa, demonstrando assim o interesse de toda a classe ligada à Educação na promoção da leitura e da escrita poética, tema do nosso Projeto.

Após esse encontro, os salões e jardins da Casa de Leitura Lya Botelho abriram-se para receber a população da nossa cidade, num coquetel que celebrava o lançamento do "O Azul da Poesia" em Leopoldina, bem como a exposição das ilustrações originais do livro, criadas pelo próprio Luiz Lopez.

     Com o apoio da Fundação Ormeo Junqueira Botelho e o patrocínio da ENERGISA, o Projeto de Incentivo à Leitura e Escrita Poética, da Casa de Leitura Lya Botelho, começou, na noite de 7 de março, a tomar forma. Desde o dia seguinte ao evento, as escolas da nossa cidade e dos seus distritos vem trazendo seus alunos para visitarem a exposição das gravuras que ilustram o livro e terem uma aula dirigida na análise dos estilos dos poemas que compõe "O Azul da Poesia".

A Casa de Leitura Lya Maria Müller Botelho vê nessa receptividade por parte dos professores, coordenadores, supervisores e diretores de escolas, um exemplo concreto a ser seguido de empenho em proporcionar que nossos jovens venham a se tornar cidadão mais aptos, conscientes, cultos e prontos a absorverem e pensarem as informações que lhes são, e serão, oferecidas no decorrer da vida.