quarta-feira, 27 de junho de 2012

Férias + Capoeira = uma combinação perfeita!



    

      A Casa de Leitura Lya Botelho estará desenvolvendo, durante os próximos 5 semestres, um trabalho em parceria com as escolas das redes públicas e particulares de Leopoldina denominado PROJETO MEMÓRIA E PATRIMÔNIO: LEOPOLDINA-MG.

     Neste semestre que começa em Julho/2012, estaremos trabalhando o “Módulo 1: A participação do Negro no desenvolvimento sócio, político, econômico e cultural de Leopoldina”, com uma série de atividades e recursos que visam resgatar a identidade e importância da população afrodescendente em nosso município, através da pesquisa e estudo de suas raízes culturais.

     A Capoeira é, sem dúvida, um dos mais populares exemplos da riqueza cultural africana e sua presença no Brasil, e em mais de 150 países, é um importante legado do povo daquele continente. Em nosso país, sua música, seu ritmo, sua ginga, seus movimentos encontraram terreno fértil e fincaram raízes, influenciando as características culturais mestiças do nosso povo.

     A Casa de Leitura Lya Botelho, dentro da série de atividades paralelas constantes de seu PROJETO MEMÓRIA E PATRIMÔNIO: LEOPOLDINA-MG, disponibiliza para o mês de Julho, mês das férias escolares, “aulões” gratuitos de Capoeira todas as terças e quintas-feiras, das 15:00 às 16:00h, orientadas às crianças entre 8 e 12 anos de idade.

     Sob a coordenação do Graduado DIM, proprietário do conhecido Abadá-Capoeira Leopoldina, todos os jovens que se interessarem em saber o que é Capoeira, sua origem, história, elementos, finalidades e quiserem experimentar um pouco da prática da mesma, poderão fazê-lo, na quadra de esportes da Casa de Leitura Lya Botelho.

     Com o apoio da Fundação Ormeo Junqueira Botelho e o patrocínio da ENERGISA, a Casa de Leitura Lya Botelho uma vez mais disponibiliza à população de Leopoldina-MG a oportunidade da prática de uma atividade que concilia o lúdico e o seu aspecto cultural.

terça-feira, 26 de junho de 2012

Morangos Silvestres: uma viagem pela memória


     Dando continuidade à sua programação de vídeos às quartas-feiras, a Casa de Leitura Lya Botelho, de Leopoldina-MG, apresenta dia 27 de junho, às 19:30h, o magistral 'MORANGOS SILVESTRES", do aplaudido diretor sueco, Ingmar Bergman.

     Durante a sua longa vida, o velho professor Borg trabalhou arduamente e vai agora ser prestigiado com o velho prémio pela Universidade de Lund. No dia da cerimonia, o professor acorda todo suado após ter tido um pesadelo. No seu sonho ele encontra-se no meio de uma rua deserta - sozinho, relógios sem ponteiros e tudo silencioso e vazio. Lentamente um carro fúnebre puxado por cavalos passa pela estrada, quando subitamente a carruagem tomba, deixando o caixão cair e abrir-se. O professor olha e vê-se a ele próprio dentro do caixão. Ao acordar percebe que o seu subconsciente está tentando dizer-lhe qualquer coisa e a partir desse momento começa a refletir sobre a sua vida.

SERVIÇO:
Filme: "Morangos Silvestres"
Dia: 27 de junho, quarta-feira
Horário: 19:30h
Local: Casa de Leitura Lya Botelho (R. José Peres, 4 / Leopoldina-MG)
Entrada franca
Censura: 14 anos

Apoio: Fundação Ormeo Junqueira Botelho
Patrocínio: ENERGISA

sábado, 9 de junho de 2012

Programação de filmes e oficinas para o mês de Junho



     Apresentamos a nossa Programação para este mês de Junho/2012:

18/06, segunda-feira, às 19:30: O SOL É PARA TODOS (racismo, preconceito, segregação e injustiça); Censura: maiores de 14 anos

19/06, terça-feira, às 19:30: HISTÓRIAS CRUZADAS (racismo, preconceito, segregação, injustiça); Censura: maiores de 14 anos

20/06, quarta-feira, às 19:30: MISSISSIPI EM CHAMAS (racismo, preconceito, violência, crime); Censura: maiores de 16 anos

21/06, quinta-feira, às 19:30: O SOL TORNARÁ A BRILHAR (segregação, injustiça); Censura: maiores de 14 anos

22/06, sexta-feira, às 19:30: ADIVINHE QUEM VEM PARA O JANTAR (preconceito, segregação); Censura: maiores de 14 anos

23/06, sábado, às 19:30: FAÇA A COISA CERTA (racismo, preconceito, segregação, violência); Censura: maiores de 16 anos

OBSERVAÇÃO: A Coordenação da Casa de Leitura Lya Botelho se reserva o direito de exigir comprovação de idade dos espectadores, mediante documento legal (não se aceita xerox), por obediência às normas da Censura.

      Ainda que essas sessões de vídeo estejam programadas para serem exibidas no período noturno e para um público heterogêneo, elas podem ser agendadas previamente pelas escolas e demais instituições interessadas em exibirem para grupos de alunos, professores, estudantes universitários, membros de grupos, clubes e associações, nos horários que lhes forem mais convenientes.

*Lembramos que nossa sala de vídeos comporta um máximo de 30 pessoas e que essa listagem de filmes só poderá ser exibida na semana de 18 a 23 de junho. Os agendamentos deverão ser feitos por e-mail endereçado a casadeleitura@gmail.com , com a data, o horário e o número de pessoas que estarão presentes.

      Comunicamos, ainda, que no dia 22 de junho, sexta-feira, a Profª Natania Nogueira estará ministrando uma Oficina: “Racismo e Ideologias Políticas nas Histórias em Quadrinhos”, para Professores, Supervisores e Diretores da rede escolar, pública e privada, de Leopoldina.
Essa é uma excelente oportunidade de conhecer e avaliar, através do conhecimento da historiadora e pesquisadora, a forma com que as revistas em quadrinhos e as tirinhas lidam com as questões como a xenofobia, o racismo, preconceito ou reafirmação da superioridade de algum grupo étnico através da História.
      As inscrições gratuitas (20 vagas) para esta Oficina deverão ser feitas através do e-mail casadeleitura@gmail.com

Este Projeto e os eventos que fazem parte de seu escopo são apoiados pela Fundação Ormeo Junqueira Botelho e patrocinados pela ENERGISA.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Casa de Leitura Lya Botelho apresenta a Mostra de Filmes: "Raça, Cor e Intolerância no Cinema Mundial"



Começa em Junho, na Casa de Leitura Lya Botelho, a Mostra de Filmes "Raça, Cor e Intolerância no Cinema Mundial" como parte dos Eventos Paralelos do Módulo 1 (O negrro e sua importância na formação de Leopoldina-MG) do "Projeto Memória e Patrimônio Leopoldina-MG", desenvolvido pela Casa de Leitura Lya Botelho.

Clássicos como : "O sol tornará a brilhar" (A raising in the sun), "O sol é para todos" (To kill a mockingbird), "Adivinhe quem vem para o jantar" (Guess who's coming to dinner), "Mississipi em chamas" (Mississipi burning), "Faça a coisa certa" (Do the right thing) e o novíssimo "Histórias Cruzadas" (The help), serão exibidos na semana de 18 a 23 de junho, sempre às 19:30h, na Casa de Leitura Lya Botelho (R. José Peres, 4 / Centro Leopoldina-MG).

Após as exibições a audiência será convidada a participar dos debates sobre o filme apresentado, discutindo-o com profissionais ligados ao meio cinematográfico e, também, líderes comunitários, professores, historiadores e sociólogos.

A entrada é grátis, porém senhas serão distribuidas 30 minutos antes de casa sessão.
A capacidade máxima da sala é de 30 pessoas.
Atenção: confira a censura do filme a cada dia.

Este projeto tem o apoio da FUNDAÇÃO ORMEO JUNQUEIRA BOTELHO e o patrocínio da ENERGISA.


quinta-feira, 7 de junho de 2012

Racismo e Ideologias Políticas nas Histórias em Quadrinhos: uma oficina com a Profª Natania Nogueira



As tirinhas e as revistas em quadrinhos, como qualquer forma de arte, são um produto da geração que as criou. Em alguns casos, é bom ver o Capitão América usar de todo o seu patriotismo norte-americano para dar uns chutes nos traseiros dos nazistas. Em outros casos, no de um chefe indígena...

Ainda assim, como a própria sociedade, os quadrinhos se esforçam para seguir em frente, evoluirem e se afastarem dos pecados do passado. Claro que quadrinistas, desenhistas, editores fizeram algumas decisões raciais bastante ruins ("Devemos chamar todo super-herói negro de "Negro Isso ou Aquilo", pois assim então todo mundo saberá que eles são negros"), mas pelo menos eles tentaram progredir.
Ainda que suas tentativas de abordagem de questões raciais sejam equivocadas ou mal elaboradas, você não pode culpá-los por tentar, certo?

Oh, espere um pouco: é claro que você pode!

Vejam abaixo, extraído de um artigo chamado "Os 5 menos intencionalmente ofensivos personagens das revistas em quadrinhos", escrito por David Johnson no site Cracked.com:


Lois Lane, a eterna namorada do Super Homem, transforma-se numa negra e, surpreendentemente, volta a ser branca!




Na edição nº 106 da revista em quadrinhos "Lois Lane, a namorada do Super Homem" ( Superman's Girlfriend Lois Lane), os criadores e editores tentaram resolver o problema racial de uma vez por todas. Lois Lane vai para o bairro africano (Little Africa) de Metrópolis (semelhante ao Harlem, em Nova York) fazer uma reportagem sobre alguma coisa que, na história, nunca fica esclarecida, apenas que ela está indo para lá para, também, aprender sobre "negritude", esperançosa em ganhar o prêmio Pulitzer por isso. "Nossa, meus leitores vão amar saber o quanto oprimidos e pobres vocês são!"

Lois entusiasmada, se vangloria, enquanto Clark Kent se pergunta se "negros" podem ser tecnicamente considerado um enunciado de tese.


Lois circula pelo bairro africano, mas todo mundo a evita ou a chama de "Branquela, a inimiga."




Lois conclui que isso não tem nada a ver com o seu interesse em pedir às pessoas para contar-lhe o que é ser  negro e tudo o mais, mas simplesmente porque ela é branca. Então ela pede ao Super Homem que mude a cor da sua pele por um dia com seu Transformoflux, de maneira que ela possa compreender melhor o que significa ser negro.


Super Homem tenta esclarecer: "Como é que você me acusa de racismo quando eu sou o únio alienígena neste planeta?"


Então, no que isso acaba dando?

Esses quadrinhos claramente tinham um objetivo. É óbvio que os criadores queriam enviar uma mensagem de aceitação e, ainda que a idéia de "nós não somos tão diferentes, você e eu", permanece, certamente, intacta, é a pobre, ignorada população negra, na história, que aprende a lição . Lois surge como uma mulher branca e bem-intencionada, mas é ignorada. Transforma-se em uma garota negra e passa a ser convidada para festas. Ela nunca reconhece que se mostrando como uma privilegiada mulher branca que considera a cultura negra "bacana" pode parecer ignorância. Ela não consegue pensar "Ei, eu acho que as minhas perguntas arrogantes, insensíveis foram, em algum momento, rudes," mas, por isso mesmo, acaba concluindo que os negros odeiam os brancos sem nenhuma razão. Isso, obviamente, não passa nenhuma mensagem de tolerância, mas acaba afirmando que "as pessoas negras são racistas." E, também, que o Super Homem deveria usar os seus poderes em causas mais importantes.




Na sua pesquisa, a agora negra Lois Lane conhece uma família pobre que a recebe por algum tempo, Eles estão passando por um período muito difícil, mas são as pessoas mais doces e otimistas no mundo. Lois Lane reage de forma grosseira e insensível:

"Desculpem-me, mas eu estou muito comovida em ver como a vida que vocês levam é horrorosa".


Obviamente a mulher está sorrindo e tem um bebê saudável, mas isso não impede que Lois pense em como verdadeiramente terrível sua vida é. Ela não consegue parar de chorar só em pensar na vida miserável que essas pessoas negras levam ...

Lois também se depara com um jardim de infância improvisado e um ativista (que, quando ela, Lois, era branca, a chamou de "a inimiga"). Eles tem um contato extremamente amigável , até que ele, o ativista, é baleado por alguns traficantes de drogas. Observação: mesmo que Super Homem deixe claro nos quadrinhos que, como estrangeiro, ninguém, mais do que ele, sabe o que é ser "diferente", isso não muda o fato de que ele claramente poderia ter salvo o ativista de levar um tiro:

"Não se preocupe, Lois, eu te trago de volta ao que você era. O rapaz negro, ele... ele parece que está com tudo sob controle. Tudo bem?"

Lois Lane doa seu sangue para salvá-lo e no momento em que ele está para recuperar os sentidos, sua cor negra começa a desaparecer e ela vai-se tornando branca, novamente.

Este é o grande momento destes quadrinhos. Continuará o rapaz negro a chamá-la de "a inimiga", mesmo depois dela term, valentemente, doado seu sangue para ajudá-lo, ainda que ela seja uma mulher branca? Ela fica sinceramente preocupada com isso. Ela sente-se insegura ao pensar se o homem é esclarecido o suficiente para percebê-la, além da cor da sua pele, como uma mulher trabalhadora, rica e bem sucedida, que salvou a sua vida.



Ele consegue ver isso! Hoje ele aprendeu uma valiosa lição: repórteres que surgem por aí, acreditando que a maneira que você é obrigado a viver é consequência de circunstâncias raciais socioeconomicamente prescristas, podendo, com essa história vir a entreter seus leitores brancos e privilegiados, devem ser tidos como confiáveis e receber sua atenção. Afinal, você nunca sabe quando uma pessoa branca poderá ajudá-lo, se eles acharem que devem. Portanto, seja bonzinho com eles e respondam às suas perguntas.


E assim, de maneira subliminar, os gibis, as tirinhas, as revistas em quadrinhos, também podem colaborar para exaltar a superioridade branca, criando personagens até simpáticos e superficialmente bem intencionados, mas cujo comportamento e ideologia traz um ranço de preconceito, ou desprezo com  outras etnias.

Para discutir e entender melhor esse assunto, a Casa de Leitura Lya Botelho convidou a Profª Natania Aparecida Nogueira para, no dia 22 de junho de 2012, em parceria com a Gibiteca Escolar, oferecer a oficina (gratuita) Racismos e Ideologias Políticas nas Histórias em Quadrinhos para professores da rede municipal, pública e privada do ensino fundamental ao Médio.
A proposta da oficina é explorar junto aos professores as várias possibilidade de se trabalhar temas atuais como a guerra, os racismos, a ecologia, dentre outros utilizando o recurso das histórias em quadrinhos. A Profª Natania Nogueira é coordenadora da Gibiteca E. M. Judith Linz Guedes Machado, de Leopoldina-M.
Essa oficina é parte integrante do Projeto Memória e Patrimônio Leopoldina-MG / Módulo 1: A importância do Negro no desenvolvimento sócio-econômico e cultural de Leopoldina, a ser desenvolvido pela Casa de Leitura Lya Botelho, entre os meses de Junho a Novembro de 2012, em conjunto com as escolas da rede pública e particular do município.

Período: das 14 às 17 horas no dia 22 de Junho, sexta-feira.
Vagas: 20 (gratuitas)
Local: Casa de Leitura Lya Botelho ( R. José Peres, 4 / em frente à Praça Félix Martins /  Leopoldina-MG)

As inscrições podem ser feitas no local ou pelo e-mail: gibitecacom@gmail.com ou casadeleitura@gmail.com

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Curso de Introdução à Religiosidade de Matrizes Africanas, em Cataguases-MG

   

     Com a chancela da UNEGRO,  o apoio da Fundação Ormeo Junqueira Botelho e patrocínio da ENERGISA, além da presença de representantes de diversas organizações de afrodescendentes, professores e estudantes de História, a Coordenadora de Assuntos Religiosos da UNEGRO-União de Negros pela Igualdade, Iyanifá Ifadàará Nylsya dos Santos, de Belo Horizonte-MG ministrou, no Centro Cultural Humberto Mauro (Cataguases-MG) um Curso de Introdução à Religiosidade de Matrizes Africanas.

     O evento ocorreu no último sábado, dia 2 de junho, com uma carga horária de 8 horas, que mostraram serem poucas diante da grande cultura e facilidade de comunicação demonstradas pela ministrante, e devido ao enorme interesse pelo assunto demonstrado pela audiência.

     Tendo realizado os ritos finais de sua formação como sacerdotisa dos rituais religiosos de matriz africana, Nylsya dos Santos fez um retrospecto tanto antropológico como sociológico do surgimento, evolução e diáspora da raça negra, e o impacto da sua cultura na de outros povos, especialmente o europeu e o brasileiro.

     Sua aula abrangeu as diferenças e similitudes entre o Catolicismo, o Judaísmo e o Islamismo com as religiões oriundas do continente africano. Inclusive o surgimento de uma religião tipicamente brasileira, a Umbanda, com determinados ritos e divindades de inspiração africana e largo sincretismo com a religião católica, foi tema de esclarecedoras explicações da palestrante.

     O preconceito sofrido pelos adeptos dessas religiões consideradas "primitivas", em muito reside no fato de nos esquecermos que "primitivo" é sinônimo de "primeiro", "primevo", aquilo que existe de forma mais pura, inicial, sem os acrécimos e subtrações que a, assim chamada "civilização", causa.

     Num país como o nosso, onde a população negra é numéricamente muito expressiva, e cuja cultura influenciou de forma muito significativa a cultura eurocêntrica implantada, à força, pelos colonizadores, a oportunidade de estabelecer comparações, reconhecer fatos e respeitar diferenças, é de enorme valia e, certamente, colabora para que não vivamos na "cegueira branca", conforme Saramago.

     A Iyanifá Ifadàará, Nylsya dos Santos, a convite da Presidenta Dilma Roussef, ocupará, a partir da próxima semana, uma das cadeiras do Conselho do Ministério da Assistência Social e do Trabalho, em Brasília, representando a UNEGRO.

     Parabéns a todos os envolvidos na vinda dessa especialista em religiosidade africana e que outras possibilidades de aprendizagem e troca de informações, como essa, continuem a acontecer na nossa região.


Obs.: Na foto, o cineasta leopoldinense Lucas Mendonça e um dos coordenadores da Casa de Leitura Lya Botelho, Alexandre Moreira.

sábado, 2 de junho de 2012

Reunião ( I )


     Dia de reunião na Casa de Leitura Lya Botelho.

     Maria Lucia Braga e Alexandre Moreira, coordenadores do espaço criado pela Fundação Ormeo Junqueira Botelho e mantido pela ENERGISA, estiveram reunidos com a pesquisadora e professora de História, Natania Aparecida Nogueira e com o cineasta, Lucas Mendonça, graduado pela PUC-RIO e que serão os responsáveis pelas Oficinas de Pesquisa, Roteiro, Filmagem e Edição, que acontecerão a partir de agosto, na Casa de Leitura Lya Botelho.

     Essas oficinas, oferecidas aos alunos do Ensino Médio  matriculados nas escolas públicas e particulares de Leopoldina, serão realizadas nos meses de Agosto, Setembro e Outubro e irão propiciar o conhecimento necessário para a produção de 5 curtas-metragens sobre aspectos do Patrimônio Histórico, material e imaterial da cidade. Esse material será apresentado, em primeira mão ao público, no dia em que é lembrado Zumbi dos Palmares, 20 de Novembro, Dia da Consciência Negra, e farão parte do acervo do Memorial Leopoldina.

     A professora Natania também estará participando da programação dos eventos paralelos desse Projeto com "O Negro e os Movimentos Sociais nas Histórias em Quadrinhos", uma oficina para professores e supervisores da rede escolar do município, e demais interessados, dia 22 de Junho, sexta-feira, das 14:00 às 17:00h. As inscrições, gratuitas, podem ser feitas, por e-mail, fornecendo nome, função/cargo, telefone de contato: casadeleitura@gmail.com

     Enquanto isso, o cineasta Lucas Mendonça estará fazendo a curadoria dos filmes e documentários que serão exibidos, de Junho a Novembro, abordando assuntos decorrentes dos temas propostos pelo projeto. Uma seleção de grandes nomes do cinema nacional e internacional, que escreveram e produziram filmes abordando a questão do Negro, seus mitos e heróis, sua cultura e personagens ilustres, mas que não deixaram de lado temas complexos como a discriminação, o preconceito e suas, quase sempre trágicas, consequências,fazem parte desse verdadeiro festival de cinema.

     E assim continuam as reuniões, os contatos, os encontros, as discussões, tudo objetivando fazer desse Projeto uma verdadeira aula de cidadania para todos e uma oportunidade para os nossos estudantes participarem, ativamente, desse resgate de uma importante parcela da história da nossa cidade e região.

Lideranças ( I )



     Quem esteve na manhã de ontem, dia 31 de maio, na Casa de Leitura Lya Botelho, foi o Sr. Amaury Santos, ativo membro da comunidade negra de Leopoldina, a convite dos Coordenadores Maria Lucia Braga e Alexandre Moreira.

     Foi feita uma apresentação de todo o Projeto Memória Leopoldina (Módulo 1) para o ilustre convidado, inclusive do conteúdo pedagógico do mesmo, bem como da extensa programação de atividades que envolverão, não apenas as escolas públicas e particulares do município, mas todos os seus cidadãos.

     O que a Coordenadoria da Casa de Leitura Lya Botelho pretende é, através dos Módulos constituintes desse amplo Projeto de Memória Leopoldina, pesquisar, organizar e formatar conteúdos que preservem a nossa história, através de todos os elementos que a compõem. Portanto, num espectro de múltiplas possibilidades, decidiu-se iniciar pelo módulo que abrange uma das maiores etnias do local, os negros.

     Representando mais de 60% da população de Leopoldina, a comunidade negro carrega consigo um legado histórico de valor inestimável e sua participação na construção sócio-econômica-cultural do município deve receber o mérito devido. Desejamos, portanto, que as lideranças negras, os líderes comunitários, representantes de órgãos públicos, cientistas sociais, antropólogos, historiadores, produtores culturais, se aglutinem em torno desse Projeto e tragam a sua contribuição efetiva para esse nascente acervo. Que os nossos estudantes, representantes das novas gerações de leopoldinenses, possam sentir que a história oral e escrita, os fatos documentados ou lembrados, são cuidadosamente preservados e zelosamente transmitidos pelos guardiães dessas informações, num processo contínuo, que flui com o rio da história.

     Outros Módulos certamente virão, cada um abordando um dos aspectos constituintes do mosaico que é o nosso Patrimônio Cultural. Ao final, teremos atualizado e enriquecido o acervo da nossa história, com novos dados e conteúdos, propiciando a criação de um verdadeiro e merecido Memorial para a nossa cidade.


sexta-feira, 1 de junho de 2012

O Projeto

 

     Junho começando e a Coordenação da Casa de Leitura Lya Botelho, de Leopoldina-MG, iniciando um novo Projeto, desenhado para que possa incentivar nos alunos do Ensino Médio das escolas da rede pública e particular do Município de Leopoldina-MG, a pesquisa, coleta de dados, organização e elaboração de conteúdos para a construção de um "Memorial Leopoldina", onde se preserve a história do nosso povo, da nossa gente.

     Enquanto Projeto, visa atender  alguns requisitos:
  1. incentivar aos alunos das escolas públicas e particulares de Leopoldina, e seus distritos, à pesquisa, ao conhecimento e valorização do seu Patrimônio Histórico, tanto material quanto imaterial;
  2. formar um acervo de documentários, gravações, depoimentos, fotografia e documentos vários sobre a contribuição do negro à formação e à cultura leopoldinense;
  3. proporcionar aos alunos do Ensino Médio das escolas públicas e particulares de Leopoldina, o conhecimento da teoria e prática da filmagem/gravação documental; proporcionar condições para que esses alunos tenham estejam munidos de informações e material necessário para realizarem suas pesquisas, fazerem as entrevistas e produzirem seus documentários;
  4. incentivar a leituram disponibilizando uma biblioteca, para leitores entre 7 e 16 anos, de títulos voltados à questão da identidade racial;
  5. oficinas de artes, artesanato, culinária para os alunos da rede de ensino, pública e particular, de Leopoldina-MG;
  6. estimular a ampliação desse debate através de palestras e mesas de debate com antropólogos, sociólogos, historiadores, lideres ativistas locais e a comunidade em geral;
  7. proporcionar uma ampla discussão sobre o papel do negro dentro da sociedade através de uma seleção de filmes de ficção e documentários, a serem exibidos os alunos das escolas públicas e priovadas do município, grupos e associações, e demais membros da sociedade;
  8. promover o resgate e a divulgação da cultura dos afrodescendentes através de espetáculos de dança, saraus literários, de apresentações de grupos folclóricos, de grupos musicais, do conhecimento da reliosidade afro-brasileira, da exposição do artesanato e das demonstrações de capoeiristas;
  9. abrir espaço para a discussão da aplicação da Lei nº 10.639, aprovada em 2003 pelo Congresso Nacional, que altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, tornando obrigatório o ensino de história e cultura da África e das populações negras brasileiras nas escolas de ensino fundamental e médio de todo o país; 
  10. e, finalmente, através dessas e outras ações paralelas, proporcionar, aos afrodescendentes e à populção local, o reconhecimento do valor e importância da contribuição negra para o município, região, estado e país, como um Patrimônio a ser preservado e constantemente acrescido e lembrado.
      Trabalhando diretamente com a Coordenadoria da Casa de Leitura Lya Botelho, na realização de Oficinas para a criação dos vídeos documentais, está a Profª Natania Aparecida da Silva Nogueira, pesquisadora, autora e professora de História, e Lucas Mendonça, graduado em Cinema pela PUC-RIO.

     Esse Projeto de Resgate da Memória de Leopoldina-MG surge da identificação de ainda existirem grandes áreas  passíveis de  aprofundamento do conhecimento, quando se trata da memória individual e coletiva, bem como da história, do Município de Leopoldina. Acreditamos que esse trabalho de pesquisa, catalogação, arquivamento, exposição e divulgação do Patrimônio Cultural, material e imaterial da cidade, poderia receber a valiosa e ativa colaboração dos seus próprios habitantes, neste caso, dos estudantes do Ensino Médio das escolas locais. Através de Oficinas de Documentário e de Redação, Palestras sobre temas específicos, Mostras temáticas de filmes, criação de dispositivos de Divulgação (site, blog, transmissão de vídeo on-line, programas radiofônicos, etc) e demais Ações Paralelas (shows musicais, lançamentos de livros, visitas monitoradas, etc), esses jovens cidadãos pudessem sentir-se motivados a resgatar a própria história através de um maior conhecimento, advindo da discussão das suas próprias raízes.


     Todo cidadão da nossa comunidade está, desde já, convidado a participar e trazer sua colaboração para este Módulo 1, do Projeto (que é constituído de outros módulos ou etapas a serem realizadas no futuro), e que se encerrará com uma grande mostra a acontecer entre os dias 20 e 25 de novembro, na Casa de Leitura Lya Botelho.