sexta-feira, 13 de setembro de 2013

"Do Feijão Cru ao Girassol Maravilhoso: fragmentos da memória leopoldinense" em exposição na Casa de Leitura Lya Botelho


Pensar, pesquisar, organizar e montar uma exposição é sempre um trabalho bipolar: vai da exaustão à gratificação em segundos. Poder participar de todo o processo é uma experiência única, não importa quantas vezes a tenhamos repetido. Não foi diferente com "DO FEIJÃO CRU AO GIRASSOL MARAVILHOSO: FRAGMENTOS DA MEMÓRIA LEOPOLDINENSE", exposição que começa na segunda-feira, dia 16 de setembro e deverá encerrar em 21 de dezembro de 2013.
Graças ao patrocínio da ENERGISA, nossa mantenedora, e de Mônica Pérez Botelho, presidente da Fundação Ormeo Junqueira Botelho, entidade privada da qual a Casa de Leitura Lya Botelho é uma das ramificações, foi possível organizarmos, em tempo recorde esta exposição que irá se estender até o final do ano.

Não existe, nem existiu, nenhuma pretensão de que essa pudesse ser uma mostra única, definitiva, abrangente e completa sobre Leopoldina. Não há como coletar e agrupar todos os tipos de documentos significativos da história de um local. Nem há como competir com a memória individual e coletiva, com as tradições locais e regionais, com o imaginário das pessoas, tudo sempre tão rico e vivo.
Nosso objetivo é e sempre será, a valorização do município e dos seus habitantes e entendemos que a História local é um desenho da trajetória da formação de ambos que, necessariamente, deve ser reconhecida, entendida em seus períodos e agentes. Justificada, então, está a exposição que ora apresentamos: resgatar essa memória e colaborar com a sua contínua construção.


Como curador dessa mostra, eu digo que o seu principal título é "Em permanente construção", visto que, ainda que ela tenha alguns limites (do final do Séc. XIX até os primeiros anos da década de 80 do século passado), impostos por questões lógicas (recursos, tempo, disponibilidade, etc), ela não termina em si. Mesmo sendo um pequeno, mínimo recorte da História local, a exposição pode ser acrescida infinitamente com outros materiais e com as memórias e reflexões que ela passa a resgatar e incentivar. A História é construída minuto a minuto e novas descobertas e informações acontecem e podem modificar a maneira que a víamos e contávamos.

Longa é a lista de pessoas que contribuíram para essa exposição. Ela remonta há muitos anos, quando foi-se formando o acervo de imagens e objetos que ora exibimos. Além disso, importantíssima é a contribuição dos recursos atuais de pesquisa, dos bancos de dados disponíveis na internet, que nos permitiu acessar e cruzar um maior número de referências. Cabe aqui destacar a valiosa contribuição da edição eletrônica do jornal Leopoldinense, com um arquivo impressionante de fotos históricas. Os sites das historiadoras e pesquisadoras leopoldinenses Nilza Cantoni  e Natania Aparecida Nogueira  são verdadeiras aulas sobre o nascimento e formação do município e da sua população. Além disso, a contribuição dada, tanto em depoimentos quanto em empréstimo de material a ser exibido, foi fundamental para que tivéssemos uma leitura mais dinâmica da mostra. Clóvis Esteves, Rubens Maia, Berê Sales e OSCIP FelizCidade foram de uma generosidade ímpar na cessão desse material.
Esperamos que os nossos visitantes, especialmente as crianças e jovens, nosso público alvo, ao visitarem a mostra possam aprender um pouco mais sobre a nossa História local, sobre as pessoas, homens e mulheres, que contribuíram, com sua capacidade de trabalho, determinação, otimismo e visão, para que aqui pudéssemos estar. Que percebam a importância de mantermos os registros do nosso cotidiano, pois é deles que a História se constrói. Que busquem conhecer melhor suas origens, as raízes das suas famílias e que coletem, em cadernos, blogs, sites, vídeo, etc, as lembranças que seus pais, parentes, amigos tem, elaborando um verdadeiro "arquivo" a ser transmitido para outras futuras gerações.
Sobretudo, ansiamos que outras instituições, públicas e privadas, deem continuidade, à sua maneira, a esta exposição, recriando-a em outros espaços, outras regiões dentro do município, para que todos possamos nos envolver num projeto de construção de auto-estima e preservação dos nossos bens, materiais e imateriais.

Serviço:
A exposição "DO FEIJÃO CRU AO GIRASSOL MARAVILHOSO: FRAGMENTOS DA MEMÓRIA LEOPOLDINENSE" acontece entre os dias 16 de setembro e 21 de dezembro de 2013, na Casa de Leitura Lya Botelho (R. José Peres, 4 - centro - Leopoldina-MG

Horário de Funcionamento:

  • de segunda a sexta, das 8:00 às 11:30h e das 13:00 às 17:00h
  • aos sábados, das 8:00 às 11:30h
 Agendamento para Escolas e grupos:
Através de e-mail (casadeleitura@gmail.com) solicitando a visita, reportando o nome da Escola ou grupo, série, número de alunos e professores, dia e hora que gostariam de realizar a visitação.

2 comentários:

  1. Ainda bem que o feijão não cozinhou!
    Por ter permanecido cru foi possível germinar, reproduzir e alimentar tantas pessoas que passaram e continuam passando pela nossa Leopoldina. E permitir que recebêssemos a atenção de um Alexandre Moreira, cujo olhar identificou outras sementes em nossa trajetória, passando pelo tamarindo do poeta paraibano e encontrando o girassol do leopoldinense poeta do rock.
    Obrigada, Alexandre. Assim como eu me emocionei com a sua dedicação e carinho para com a história da Leopoldina, certamente muitos outros, moradores e forasteiros, ficarão gratos pela belíssima exposição que você organizou.
    Que todas as escolas levem seus alunos à Casa de Leitura Lya Botelho, oferecendo aos jovens a oportunidade de conhecer aspectos da nossa história que não estão frequentando as salas de aula! Que muitos moradores da cidade destinem alguns momentos para se reencontrarem com o passado nas dependências do casarão da Rua José Peres número 4! Que os patriarcas e matriarcas de nossa sociedade possam aí se emocionar e revolver seus baús de memórias para recontá-las a quantos quiserem ouvi-los! E que, como você declarou, outras instituições deem continuidade a esta iniciativa, favorecendo “a construção de autoestima e preservação dos nossos bens materiais e imateriais”.
    Desejo, principalmente, que você receba os meus agradecimentos como a mais genuína manifestação de quanto bem você nos faz!

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    1. Muito agradecido, Nilza, pelo seu comentário. Posso lhe garantir que sua visita e sua aprovação de uma exposição que pretende ilustrar um pouco da história do nosso município, trouxe-nos, além de muita alegria, uma gratificante sensação de que estamos trilhando o caminho certo.
      Inestimável para a organização da mesma foi a intensa leitura das verdadeiras aulas contidas nas postagens do seu blog (www.cantoni.pro.br), do seu contagiante entusiasmo quando das suas visitas a esta Casa de Leitura, e das lições aprendidas de inegável amor a esta terra e seu povo, base do seu longo trabalho de pesquisa e resgate.
      Espero que a exposição venha a se desmembrar, multiplicar, assumir outras formas e contextos, despertando em todos o interesse pela história local e a necessidade de resgatarmos, valorizarmos e preservarmos tudo aquilo que, material ou simbolicamente, nos representa.
      Muito obrigado!

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